Oportunidade
é um entendimento crucial para as decisões que tomamos diariamente.
Basicamente consiste no que abrimos mão de fazer para executar
outras tarefas que possam nos trazer alguns benefícios. Em termos
práticos: se você opta por trabalhar 12 horas por dia para auferir
uma renda maior que possa oferecer aos seus filhos uma educação de
qualidade, você estará abrindo mão de um maior cuidado com sua
saúde pela falta de tempo para fazer exercícios físicos ou
simplesmente para descansar em casa. No futuro essa decisão por uma
longa jornada poderá ter sérias consequências.
No
futuro você terá o prazer de ver seus filhos se formando em boas
universidades e conquistando boas posições no mercado de trabalho.
Entretanto, ao se submeter a longas jornadas de trabalho, você
precisará gastar mais dinheiro com médicos e medicamentos em sua
aposentadoria. Portanto, a decisão tomada hoje trará os benefícios
de uma consolidação profissional dos seus filhos proporcionado pela
renda auferida, mas ao mesmo tempo levará você a uma maior
necessidade de assistência médica pelo stress de um longo período
de trabalho árduo.
Pensemos
o inverso: você optou por trabalhar o estritamente necessário para
a sobrevivência de seus filhos e para uma educação mínima. Com
tempo disponível, você cultivou hábitos saudáveis de se exercitar
após o trabalho e de se alimentar muito bem. Em sua aposentadoria,
consultas médicas serão raras. Entretanto, seus filhos não tiveram
acesso a grandes escolas e nem a cursos de idiomas e, dessa forma,
não conseguirão grandes posições no competitivo mercado de
trabalho. E quais são as consequências possíveis?
Apesar
de sua idade avançada, você exibe uma saúde impecável.
Entretanto, seus filhos continuam precisando de seu apoio financeiro
e, portanto, você terá que adiar sua aposentadoria por mais alguns
anos. Conclusão: para chegar aos 70 anos em boa forma, você abriu
mão de oferecer aos seus filhos uma educação de primeira qualidade
com direito a escola particular, cursinho pré-vestibular e cursos de
idiomas.
Agora
analisemos outra situação que nos leva a dois outros conceitos da
Economia: a vantagem absoluta e a comparativa. Imagine que você
trabalhe na empresa X e ganhe 10 dólares por hora. E que o
portentoso quintal da casa de Tiger Woods necessite de uma limpeza.
Para executar todo o serviço, você gastará 1 hora. O talentoso
golfista, entretanto, levará apenas 45 minutos para terminar o
trabalho. Como Woods utiliza menos insumos (nesse caso consideremos o
tempo como insumo), é possível afirmar que o atleta tem uma
vantagem absoluta sobre você.
Mas
a conclusão não pode ser tirada apenas considerando a vantagem
absoluta. Caso você perca uma hora de seu trabalho, que te
proporciona uma renda de 10 dólares para fazer a limpeza do quintal
de Tiger Woods por 5 dólares, poderemos dizer que seu custo de
oportunidade será de apenas 5 dólares. Agora analisemos o imenso
custo de oportunidade para o golfista norte-americano.
Ao
invés de perder seu precioso tempo arrumando seu quintal, Woods
poderia estar gravando um importante comercial para a Nike por,
digamos, 10 mil dólares. Assim, limpar sua própria casa custará
para o golfista norte-americano exatos dez mil dólares – o que nos
leva à conclusão que você tem uma vantagem comparativa em relação
a Tiger Woods. Muito provavelmente o atleta irá te contratar e
correr para os estúdios de uma famosa agência de publicidade para
gravar o comercial.
Diariamente
tomamos dezenas de decisões na esfera familiar, profissional e
afetiva sem percebermos os custos de oportunidades envolvidos nessas
atitudes. Basicamente, tudo que fazemos nos impede de fazer outra
coisa. Logo, há um custo de oportunidade envolvido em tudo. Em
alguns casos, como o primeiro exemplo exposto nesse texto, as
consequências poderão levar anos ou até décadas; em outras
situações os efeitos serão quase imediatos.
É
por isso que em um mundo dinâmico e acelerado como o que estamos
vivendo atualmente, com “toneladas” de informações despejadas
sobre nós pelas mídias disponíveis, é crucial que tenhamos a
capacidade de selecionar e estabelecer prioridades para que, de fato,
consigamos tomar boas decisões e executar tarefas de forma eficiente
e eficaz. Caso contrário, passaremos mais tempo corrigindo escolhas
mal feitas e pobremente executadas do que realmente progredindo em
nossas vidas e carreiras.
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